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Impasse trava recuperação da plataforma de pesca de Atlântida, no Litoral do RS, um ano após desmoronamento

Desabamento da estrutura aconteceu em 15 de outubro de 2023. A forte ressaca que atingiu as praias do litoral norte destruiu as estruturas, danificando a passar...

Impasse trava recuperação da plataforma de pesca de Atlântida, no Litoral do RS, um ano após desmoronamento
Impasse trava recuperação da plataforma de pesca de Atlântida, no Litoral do RS, um ano após desmoronamento (Foto: Reprodução)

Desabamento da estrutura aconteceu em 15 de outubro de 2023. A forte ressaca que atingiu as praias do litoral norte destruiu as estruturas, danificando a passarela e levando praticamente todas as paredes do restaurante. Imagem da plataforma de Atlântida, em Xangri-Lá, que desabou RBS TV/Reprodução Cartão postal do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, a plataforma de pesca de Atlântida, em Xangri-lá, permanece interditada. O local foi severamente afetado pela maré em outubro de 2023, quando a força da natureza destruiu o restaurante e parte da passarela. Desde então, entidades vêm trabalhando para resolver impasses sobre a reconstrução e administração do local. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O laudo que poderá dar a real dimensão da situação da estrutura ainda não foi concluído. O Ministério Público Federal está acompanhando a situação. O desabamento da estrutura aconteceu em 15 de outubro de 2023. A forte ressaca que atingiu as praias do litoral norte destruiu as estruturas, danificando a passarela e levando praticamente todas as paredes do restaurante. Dias depois, o local foi interditado pela Associação de Usuários da Plataforma Marítima de Atlântida, e desde então, não reabriu mais. A arrecadação da associação caiu cerca de 90%, e seis dos sete funcionários foram demitidos. Também não houve nenhuma obra de grande porte ou manutenção no local desde o incidente, já que o acesso ao espaço permanece proibido. Como o local é de responsabilidade da União, mas estava sob posse da associação, a decisão sobre as obras para reforma ou demolição está em aberto. As autoridades esperam um laudo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que vai apontar se há condições de recuperar a plataforma, ou se ela precisará ser demolida. Além disso, a associação afirma que não tem condições financeiras de arcar com uma reforma, e pede auxílio à prefeitura de Xangri-lá, que só deve se manifestar após a conclusão do estudo do Leme. Acordo para manutenção do espaço Plataforma de Atlântida, em Xangri-Lá, amanheceu destruída neste domingo (15) David Castro/Divulgação A Associação de Usuários da Plataforma de pesca de Atlântida (Asuplama), afirma que, há cerca de cinco anos, a entidade já vinha tentando um acordo com a prefeitura para permitir que o município assumisse a manutenção do espaço. Enquanto isso, obras pontuais estavam sendo feitas. "Estávamos já há cinco anos tentando um futuro melhor para a associação. Vínhamos em um processo junto ao MPF e União em acordo com a prefeitura para que facilitasse um repasse de verbas, para melhorar a manutenção da estrutura. Fomos assolados por diversas ressacas e até então a gente vinha pagando a recuperação da estrutura, e agora de quatro anos pra cá. A gente teve muita esperança de chegar a um acordo", diz o presidente da associação, José Rabadan. O Ministério Público Federal também acompanha o caso desde o início. O órgão defende um acordo entre União, prefeitura de Xangri-lá e associação para definir quem vai ser responsável por fazer a manutenção do local, mas ressalta que, se nada for resolvido, há possibilidade de demolição da estrutura. "O MPF atua para que se construísse um acordo. Fomos obrigados a entrar em juízo e, nessa ação, a gente pede que haja solução da patrimonialidade da plataforma e sua reconstrução. Caso seja inviabilizada essa reconstrução por desinteresse da União e do município ou por inviabilidade, daí, a gente pede que haja a demolição da plataforma", frisou a Procuradora da República, Claudia Vizcaychipi Paim. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi procurada, e disse que não vai se pronunciar sobre o laudo, seguindo orientação da prefeitura de Xangri-lá. A reportagem ainda procurou a prefeitura de Xangri-lá, que disse que o acordo para realização do laudo foi assinado no primeiro semestre deste ano, mas que ainda não houve viabilidade técnica para a realização da perícia. "Hoje, a gente está no aguardo do laudo. O mar tem que estar baixo. A maré baixa tem que entrar com jet ski. Não tem possibilidade de iniciar esse estudo. A UFRGS já esteve duas vezes aqui no município, mas, em virtude do clima, eles não conseguiram iniciar a vistoria. O laudo dando positivo e a União nos cedendo, o município tem interesse na plataforma", disse procurador Geral do município Thiago Serra. A prefeitura ponderou, no entanto, que é um risco assumir o local sem ter o laudo porque há a possibilidade da plataforma não ter mais condições de uso, e se o local fosse assumido pelo município, a cidade seria responsável pelos custos de demolição. Surfistas e pescadores querem solução Plataforma de Atlântida, em Xangri-Lá, está interditada RBS TV/Reprodução Na manhã de segunda-feira (14), um grupo de surfistas caminhava próximo à plataforma. Eles reclamavam da estrutura, que apresentava riscos. "A corrente nos leva para perto. Cai tijolo. Já caiu tijolo perto de mim. Tem pilar solto, que quebrou a quilha dele. Tá perigoso", disse o estudante e surfista David Thums, de 18 anos. Para João Krahe, a plataforma foi a inspiração para a escolha profissional. Ele se formou em biologia e visita o local desde que era criança. "Eu comecei a vir com cinco, seis anos. A plataforma é um símbolo do litoral. Tu vê pelo número de visitantes.As pessoas vinham para cá porque gostavm. Eu comecei a estudar biologia por causa da plataforma. Tem um potencial enorme como espaço de educação aqui", disse ele, lamentando o impasse. Há 25 anos sócio da Assumapla, o aposentado Evaldo Padilha, reunia-se diariamente com amigos para pescar. O local também faz parte de sua história. Por isso, a falta de uma resolução que garanta a retomada da plataforma o incomoda. "O que nós queremos é que ela volte, pra que a gente possa pescar. Queremos que mantenham esse cartão postal da cidade. Para que a gente possa se reunir e pescar, e para que os veranistas possam vir", completou. VÍDEOS: Tudo sobre o RS